O RIO DE JANEIRO EXPORTA KNOW HOW : O IN É MATAR A FACADAS
O Rio de Janeiro está violento desde a década de 80. Quem não se lembra dos pivetes de triste memória? Começaram a roubar cordões e pulseirinhas de ouro que a população de qualquer nível social ostentava nos braços e orelhas. O brasileiro herdou dos colonizadores o gosto pelo ouro, que era bem acessível e todos podiam comprar. Lembro-me dos meus pais deixando de andar pelo Aterro por conta desses meninos bandidos, depois que arrancaram um colarzinho do pescoço de minha mãe. Depois vieram os arrastões e enfim, já se vão quase 30 anos de violência ininterrupta, e agora estamos vendo o resultado dessa leniência governamental. O que fizeram os homens que sentaram na poltrona do palácio Guanabara? Brizola não queria a polícia no morro, e os traficantes também não desciam para o asfalto. Havia a contravenção, mas o governo fingia que não via. Estou sendo clara? Claro que policiamento ostensivo ajuda, mas também sabemos que o Estado não está aparelhado para dar segurança aos seus cidadãos (nem para a educação, saúde e transporte público). E também não destina verba suficiente para isso. Quando há corte no orçamento é sempre na educação, saúde, segurança. Mas o que tem de ser discutido é a falta gritante de políticas públicas que inseririam esse pessoal das comunidades numa vida decente. As famílias são desestruturadas, a turma mora mal, as casas são precárias, não tem esgoto, nem saneamento decente, enfim nada. E tem que ter escola, escola, escola. O que não tem de boa qualidade. É nesse reduto que a transformação tem que acontecer. Acordem. Aí o cara vê o pessoal zona sul bonitinho, bem vestido, com celulares, bikes e sei lá mas o quê, vai roubar pra ter o acessório bacana, matar, e até pelo prazer de matar mesmo. Como é a família desse delinquente? Será que tem? E a escola? Funciona, ensina, tira o sujeito da rua? Na minha opinião não é só reduzir a maioridade penal ou polícia na rua que vai melhorar. A desigualdade social sempre esteve escondida dos olhos de todos nós, ou melhor nunca quisemos vê-la e o resultado está aí. Atroz, medonho, a cidade partida, sangrando, Os governadores vivos que governaram o Rio de Janeiro tinham que pedir desculpas à população por tudo que não fizeram para assegurar direitos humanos e segurança A TODOS. Por que vamos combinar, esse conceito nem existe no Rio de Janeiro, ou estou mentindo? O governador Pezão junto com Beltrame entrarão para a história se se empenharem mesmo com políticas assertivas para tirar esses meninos da criminalidade. Se isso começar agora, daqui a vinte anos poderemos comemorar. E a sociedade tem que entrar nessa também. Afinal temos que entrar nessa discussão, porque como está não dá pra continuar.
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