GABRIELA DO BRUNO BARRETO

Dia desses revi Gabriela no tele cine. Saudades de Sonia Braga e talvez de mim mesma. Lembro-me da sessão no antigo cinema Vitória, numa tarde preguiçosa, e um salão mais ou menos vazio. Lembro-me também dos sons que homens faziam se masturbando ao ver a atriz pelada tomando banho, ou tomada pelo ímpeto de seu Nacib, que de uma tacada só tirava a roupa dela e a possuía de maneira canhestra. Não gostei do filme, achei a novela muito melhor. Uma Sonia Braga mais natural, sem aquela juba horrorosa que foi sua marca até hoje? sei lá. Pois é, voltando ao filme. Revendo-o entendi porque não gostei do filme. Primeiro, por causa mesmo da própria Sonia. Escondida atrás daquele cabelo horroroso, pouco falava e quando falava não conseguiu me convencer de nada. Faltou ao seu personagem a malemolência e a sensualidade que os baianos tem de sobra e sem fazer esforço.É só rever filmes com Emanuele Araujo, Lázaro Brandão, e Érico Braz. Ó Pai Aí Ó, é um grande exemplo do que falo. Sonia é sensual, boa atriz, mas ali naquele filme, estava forçada, tudo era forçado, até o Mastroiani fazendo sexo com ela era bizarro. E precisava aquela nudez toda? Sei não. Bons atores que também não me convenceram. Tudo muito pequeno. Não houve genialidade na direção. Ficou acadêmico, seguindo o roteiro também que não era lá essas coisas. Flores Raras, do mesmo diretor é maravilhoso, sensível, não tem uma cena de nu frontal e as atrizes protagonizam cenas de amor sem precisarem ficar nuas. Será que o cinema brasileiro daquela época precisava usar desse recurso para atrair esses homens que gostam de se masturbar no cinema vendo a atriz pelada? Será que ainda precisa?

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