MANON LESCOT

Como é difícil lidar com a morte. Estamos preparados para o nascimento, mas jamais para a morte. No dia 10 de janeiro minha cachorrinha amada morreu. Estava muito gorda, o coração comprometido não segurou a pancreatite que devastou sua barriguinha. Foi difícil segurar. Muito. Só quem gosta de animais consegue entender a dor de perder o amigo fiel. A mesma dor da perda de um ente querido. Devastadora. Foi assim que fiquei. A dor foi imensa, me senti uma folha perdida numa tempestade de vento. Precisei tanto de um ombro pra chorar. Chorei agarrada as veterinárias, que comigo soluçavam. Foi uma noite longa, igual ao dia em que deixei minha mãe na clínica geriátrica, igual ao dia em que precisei mandar sacrificar Chérie. Manon está impregnada no meu corpo, no meu espírito. Restou-me Rex e a certeza de que quando ele se for, não quero mais ter cachorros. Agora vou fazer o possível para publicar O Ninho de Matilde, minha homenagem agradecida a quem me deu tanta felicidade e tantas lambidas carinhosas.

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