O Ninho de Manon

Professor novo na academia. Sarado, depilado, cabeça raspada e traços fisionômicos marcantes, não houve menina, não houve menino que não se arreganhasse pro lado dele. Mas ele ficava na dele. E era pau pra toda a obra. Faltava professor e lá estava o Roque na substituição, e arrasava em todas as aulas que dava. Foi na aula de spinning que ele se entregou. Instruía a galera, ao mesmo tempo em que fazia backing vocals acompanhando o som potente que saía das caixas. - Ih, ele é gay. - Duvido, ele apenas se cuida. A gente não se cuida, que que tem um homem fazer o mesmo? - Ah, então ele é metro. - Metro? Que metro? - Metrossexual, sua anta. - E metrossexual transa com homem ou com mulher? - Ué, se for gay, transa com homem, se não for transa com mulher. Mas Roque não estava nem aí. Mal sabia do furor que causava na academia. Mas furor ainda maior foi quando Gi

Meu nome é Betina e namoro o Douglas desde que tenho quinze anos . Hoje tenho dezoito, ele também , e sinto um desconforto como conduzo a minha vida . Não sei explicar direito o que é. Tenho uma família legal , meus pais me dão muito apoio e as brigas que acontecem com o meu namorado são corriqueiras, nada de importante . Eu também não dou muito trabalho . Sempre fui quieta , tímida e acho que o meu futuro já está encaminhado: fazer faculdade e casar-me com o Douglas. Não sei bem se é essa pré-determinação que me dá medo . Ou talvez essa vida de casada que tenho desde os 15 anos , sem na verdade estar. Dormimos juntos , ora na casa dele ora na minha e não há muita diferença da vida que papai e mamãe levam. Acho que nasci fora de época . Quando mamãe conta de seus namoros , sinto até inveja . Papai não foi o seu primeiro homem , mas sim o homem com quem ela resolveu constituir uma família . Ela vi

Cada vez odeio mais os políticos. Conheci Lupi. É vaidosos e gosta do poder. Que besteira que eu falei - qual deles não gosta? qual deles não é vaidoso? Tem um, inclusive, que se julga messiânico, pode? Mas o sorriso aberto e a declaração que agora sim, vai poder chamar os amigos para o Ministério, foi demais. Doeu. Esses energúmenos deviam pagar ao povo para serem presidentes, governadores e parlamentares. Essa política do toma lá dá cá está cada vez pior e essa republiqueta cada vez mais sapateando na sarjeta. ESSA MORDOMIA TEM QUE ACABAR. Gente, guardem o nome; CARLOS LUPI.

Li Érico Veríssimo aos dez ou doze anos. Não captei nada do grande autor. A mesma coisa tinha acontecido com Machado- esse então, tive ojeriza, hoje amo de paixão. Quando comecei a escrever procurei ler muito. Peguei um livro de História da Literatura Brasileira e lá fui eu. Reli os clássicos com muito prazer e cheguei a Érico. Me pegou pelo pé, como me pegaram os autores que amo- Gabo, Hatoum, Machado,e alguns outros. Me deliciei e me inebriei. O Arquipélago, para mim, é magistral. Ainda não li O Continente, que completa a série O TEMPO E O VENTO- mas os três volumes do Arquipélago são sensacionais. Cobre a saga da família Cambará, que deve começar no O Continente, com um pano de fundo histórico, político e social do Rio Grande e do Brasil, das décadas de 20,30 e 45. Quem narra a história é Floriano, o filho escritor. Eu, que engatinho na literatura, posso dizer que a leitura dos livros foram aulas inesquecíveis. Tanto que dediquei a ele meu livro ESTILHAÇOS, que comecei a partir da l

O Cel. Ubiratan exibe a barrigona num flash fantástico do fotógrafo. A barrigona dançante é o retrato da PM- INCHADA, MAL ACOMODADA, FEIA E PRECISANDO DE UMA GRANDE LIPO.

A senhora bem idosa tinha por hábito ler o jornal, todas as manhãs. Cada artigo provocava um comentário, ou um resmungo. Fã de Sônia Braga, ficou furiosa com o que leu. "Imagina - falava para ela mesma - chamaram a pobre coitada de sessentona, como se fosse uma injúria. Onde nós estamos?" A empregada pegou o jornal e leu. ...A platéia incomodada porque a atriz procurava lugar, gritava - "Seeeeentaaa."

Fui ver sua excelência, o Candidato. É uma peça de forte apelo comercial, e que faz rir o tempo todo. Claro que não gostei de muitas gratuidades bobas, que nem eram tão engraçadas assim, e que me pareceram até de gosto duvidoso, vulgar mesmo, mas o público presente delirou. Todos os atores eram ótimos, donos de um timing próprio para a comédia, mas eu delirei mesmo foi com o Giannechini. Cruzes, que homem!!!! O que falta nos atores masculinos é beleza explícita mesmo, tipo Tiago Lacerda, Gianne, Fábio Assunção, Márcio Garcia e olhe lá, o resto pinta de atleta de surf ou de qualquer outra coisa e acha que está atuando. Gianne provou que além de ser um toucinho do céu pode atuar, casar com mulher mais velha, namorar a Preta Gil e ainda ser alvo de boato que é bi. E se for? Dane-se. As pessoas parecem que têm raiva do rapaz. Pra mim, tanto faz. É belo, atua, e se lixa para os modelos estéticos impostos pela estética da mídia. VIVA GIANNE, eu dava pra você.

LARVÁRIAS é o título do espetáculo teatral de dois atores gaúchos. É muito bonito, diferente e bastante lírico. Os atores não dizem uma palavra. Usam máscaras brancas (diz a crítica que as máscaras são inspiradas no carnaval de Basel,) mexem-se numa coreografia criativa, e através desse movimento peculiar várias facetas do dia-dia são retratadas. Toda a ação é acompanhada por um piano e uma bola de plástico gigante , coadjuvantes expressivos. Impossível não ser tocado por essa magia.

Ah, aprendi que Scoop em inglês é furo de reportagem. Juro que não sabia, também nunca usei essa palavra ou será jargão? Woody é um mestre e que belezura é a Scarlet. Me deu uma vontade de por uns momentos ser ela. O filme é excelente, ótimos diálogos, situações muito hilárias, e até suspense, isso numa Londres de matar de inveja. Como moram bem os nobres!!! Incrível a capacidade que Woody tem de nos fazer rir do trágico. A presença da morte foi um achado e o final do filme não podia ser melhor.

Nada mais a acrescentar

Realmente trabalhar na Biblioteca Estadual ou em qualquer serviço público é dose pra leão. Há um ranço de acomodação que me incomoda demais e que me provoca raiva de mim mesma por ter de trabalhar num lugar assim. Minha inteligência é subestimada o tempo todo. Dou sugestões que não são ouvidas, peço coisas e não sou atendida, e funcionário bom é aquele que faz pagamentos para a chefe e compra o lanchinho da tarde. Já comentei que na Biblioteca entra quem quiser. Dei sugestões que isso mude, até porque a gente fica muito vulnerável, mas vem a cantilena - Aqui sempre foi assim , ou A governadora Rosinha proibiu que se constrangesse os leitores, etc. e tal. Bolas, tem gente que vai para a Biblioteca dormir, tira os sapatos ou sandálias, e baba sobre os livros. E é normal para as senhoras do Salão de Leitura. Isso tem que mudar, ora. Eu fico indignada. Há que ter postura. A Biblioteca é feia, suja mas é uma instituição e como tal tem que haver normas de comportamento. Pedi que as minhas s

Adoro Drew Barrymore. Ela tem aquela cara simpática que a gente procura numa amiga. É isso que ela me passa. Também quando leio alguma coisa sobre ela, sempre é legal, porque ela não se importa de conceder entrevista ou mesmo se deixar fotografar. In other words, não deixa ninguém na mão. E olha que fã costuma ser pentelho. Quanto a Hugh Grant não tem jeito. Me vem a cabeça o blow job com a senhorita Divine, e então começo a rir. Mas ele também me faz rir, então tem filme com ele, estou lá para olhar para a sua cara bonita. POP GOES TO MY HEART é uma comédia sem pretensões que diverte e muito. Os dois estão afinados e ainda pro cima cantam super bem. Saí do cinema rindo à tôa.

Maluf é bandido nos EUA. Que maravilha. A nossa justiça devia colocar um capuz e se esconder debaixo da mesa. Aqui, no país do carnaval e do futebol, os colarinhos brancos que cometem crimes financeiros estão todos soltos, reeleitos e com uma fortuna fantástica. Enquanto isso o povo chafurda na miséria e se afoga na lama. Grande país o nosso! Gente, vamos nos unir pra mudar esta merda.

De volta à casa ouvi na rádio JB que o presidente Lula e o governador Sérgio Cabral participaram de um joguinho de futebol, hoje à tarde no Rio. Sinceramente, não gostei. Fiquei até na dúvida se estava sendo severa demais, mas me lembrei de todas as pendengas a serem resolvidas e os dois perdendo tempo no futebol. Continua-se a morrer e a famosa segurança prometida pelo governador perdeu-se por aí.

E aí moçada, o novo governador chegou com tudo em cima, prestigiando o enterro de inocentes nessa guerra civil travada no Rio de Janeiro, prometendo polícia na rua, isso e aquilo, e até agora é tudo blá-blá-blá. Mas o roteiro cultural dele está em dia. Está em festa de abertura de novela, em teatros, andando de bicicleta, enfim, outro governador popular.

Me esqueci de destacar duas interpretações que me deixaram assombrada de tão ruins: Stéfanie (não sei se é assim que se escreve o nome- acho que tem um h em algum lugar- quem sabe um ph ao invés de f ) Brito e a Silvia Salgado. Cruzes, a dupla foi de matar, e com vozes de taquara rachada. Péssimas mesmo.

Como fui esquecer da Grazi Massafera, uma moça linda e que brilhou na telinha. Foi um prazer vê-la trabalhar. Me encantei com Rejane Alves apesar de seu personagem ser bastante maniqueísta. Culpa do texto, naturalmente. a mesma coisa com Elisa Lucinda, um personagem simpático do começo ao fim, que foi incapaz de mostrar nuances de temperamento, mesmo quando vítima do preconceito racial. Torno a dizer que novela é folhetim, o legal é ver os atores e atrizes que a gente gosta e não exigir mesmo muito do texto. Como disse Grazi Massafera, !interpretar não é difícil. É como dirigir automóvel. Pega-se prática com o tempo." Muito a calhar não é mesmo. Ah ,mas teve uma cena que foi ridícula: a briga da professora de teatro com a Camila por causa do namoro com o marido. Uns sopapos, um bate-boca, e ficou por isso mesmo. A menina continuou na aula e no último capítulo ainda recebeu elogio da professora. Taí um textinho muito do chinfrim, com atores também muito chinfrins.

Em Relatos de um Certo Oriente Milton Hatoum nos brinda com uma narrativa a várias vozes para contar a vida de seus personagens, imigrantes libaneses e seus descendentes, na Manaus de décadas atrás, centrada na matriarca Emilie. Hatoum traz no sangue os mistérios de seus ancestrais, uma tradição árabe forte com a qual me identifico também. Sua narrativa é cheia das essências, sons e sabores dos levantinos misturados ao exótico de um país tropical. O livro é fantástico. Há uma passagem que adorei e transcrevo aqui: "Porque é nesse instante de tensão e dor que um filho, ao se deparar com o silêncio da mãe, começa a envelhecer." Esse silêncio que ele se refere é a visão da mãe morta. Compram Milton Hatoum e se deliciem.

Já havia muito tempo que não via novela. Até que se anunciou a volta de Sônia Braga numa novela de Manoel Carlos. Andava com saudades de Sônia, cuja carreira sempre acompanhei. Foi corajosa indo para os EUA, deixando uma posição consolidada no Brasil, e tendo um tipo físico que na América não é muito valorizado para papéis principais. Mas lá, ela ficou por vinte e tantos anos. Ela, com certeza, foi o motivo forte para eu sintonizar a Globo todos os dias, por longos oito meses às 21 horas. Manoel Carlos também foi o segundo motivo. Gosto de suas estórias. Depois, a presença de meu compadre, um ator gostoso de se assistir. E de repente, quem aparece na tela, com um sorriso de arrasar quarteirão, de dentes perfeitos numa boquinha carnuda? Minha afilhada, Júlia. Bem, aí não teve jeito. Vi a novela inteira. Não sou muito exigente quanto ao texto da novela. Novela é folhetim. Tem compromisso com a realidade até certo ponto, é verdade, mas o autor pode e deve exacerbar, pois o público que vê

Causou estranheza a mulher do ministro ter declarado que os assaltantes que os mantiveram presos dentro da casa, foram gentis e educados, e em nenhum momento foram agressivos ou mal educados. Cruzes. Pra mim já é violência o fato de se ficar refém de qualquer pessoa ainda mais com uma arma na mão. O que será que é violência para a tal senhora? Os valores estão mesmos todos distorcidos. Rezo a Deus para me manter sempre crítica e alerta, porque mico igual a esse, não quero passar nunca.

A comunidade francesa no Rio ficou chocada com o assassinato dos franceses por um jovem que usufruía do convívio e afeto deles. Nós, brasileiros, já passamos da fase do choque. Estamos indignados e assustados. Trata-se mesmo de um caso isolado, mas mostra a doença na nossa sociedade. Estamos gerando monstros. Vamos nos mobilizar já. Escreva, dê a sua sugestão. Prisão perpétua para esses monstros.

Meus amigos, temos é que comemorar. Nossa republiqueta consegui ultrapassar o Haiti em crescimento. Fiquei muito feliz. Acho que se continuarmos com esses feriados todos, vamos ter um crescimento um pouquinho menor no ano que vem . Mais nada assim tão alarmante, pois afinal crescer é muito chato. O negócio é carnaval o ano inteiro e futebol. Melhor ser conhecido como o país do futebol e carnaval do que um país de conquistas científicas e crescimento econômico. Vamos deixar isso para a China, que este ano prometeu cresceu a 10% Coitado dos chineses. Só trabalham, diferente da gente que pára em dezembro e volta em março. Dois meses de recesso, que nem os parlamentares. Agora, se tiver uma Copa do Mundo ou um Pan, aí é que a galera não trabalha mesmo. VIVA!!!!