SAGA DIGNA DE SE ASSISTIR: 1883, 1923 e Yellowstone.
Excelente faroeste, e olhe que eu não sou muito fã, mas me rendi. 1923 está na grade do Prime e os capítulos são disponíveis em gotas homeopáticas, já as outras estão na Netflix.
Pois bem, acompanhamos a saga de John Dutton no intento de chegar ao Oregon e se estabelecer. Naquela época, 1882, Oregon, Montana não tinham tantas fronteiras, como é hoje. Junto a ele um punhado de imigrantes alemães, ciganos e quem quisesse se unir a grande aventura. Para isso contam com dois policiais, e a grande jornada se inicia, com carruagens compondo a belíssima paisagem. Aliás, a imponência das montanhas é de uma força tal, que impressiona. São 10 capítulos e eu me apaixonei pelas interpretações. Êta povo bom de atuação, os tipos são escolhidos a dedo e a atriz que dá vida a Elsie Dutton é uma graça e bastante talentosa, Isabel May. Tim McGraw o primeiro Dutton é um cantor, ator, e compositor. Tem um carisma assustador, seguido pela atriz que faz sua mulher: Faith Hill. Sam Elliot faz o policial chefe, homem sofrido pela morte de sua mulher e filha. O roteiro é forte, não descamba para a melancolia e mostra bem o esforço hercúleo que essas famílias passaram para construir uma parte dos Estados Unidos de hoje, que Trump quer destruir. Se não fossem eles não haveria a América.
Já 1923 está na grade do Prime Video, como citei, e tem Harrison Ford como o segundo Dutton e Helen Mirren. Yellowstone é de uma vastidão sem tamanho, terra por todos os lados, o inverno é extremamente severo, mas eles estão lá firmes. Passam por todas as dificuldades de uma época, como Grande Depressão, a Lei Seca, e o casal se esforça para manter o rancho.
E chegamos no século atual, com Kevin Costner, espetacular dando vida ao terceiro John Dutton. Sua interpretação é sóbria, com uma máscara impressionante, escondendo um homem sanguinário, que mata quem se meter no seu caminho. Tem parceiros formidáveis, como Cole Hauser, como Rip, que foi acolhido por Dutton quando assassinou seu pai que era um ser desprezível, e a atriz britânica Kelly Rilley, impecável como Beth Dutton. Mas, seria injusta com o resto do elenco, se também não dissesse que suas interpretações são tão convincentes que parecem viver de verdade seus papeis. Sem falar no menino, neto de Dutton, Tate, Brecken Merrill, prestem atenção a esse nome que atua como gente grande.
Nesta série há muitas coisas em jogo. Dutton não tem dinheiro para sustentar a imensidade de seu rancho, é ameaçado pela concorrência bandida, uma vez que o terreno está situado em terras indígenas. Seria o que se hoje se chama de gentrificação? Há também os conflitos familiares, pesados, os três filhos carregam uma carga forte de patologias, se é que posso chamar assim, e é nesse ponto que os atore mostram os seus talentos. Beth Dutton chega a ser irritante, ela se culpa pela morte da mãe, e seu comportamento é calcado nesse fato. É uma potra selvagem, sem amarras, insolente, arrogante, má, mal educada, um prato servido que Kelly deglute com prazer. Ela é ótima. Já os filhos homens, também são assustadoramente problemáticos, e se esbaldam na arte da interpretação. Também com um pai daqueles, quem não ficaria?
Baseado em história verídica, com outros fatos para incrementar a história, Yellowstone hoje é uma parque nacional, uma parte dele vinda do rancho de mesmo nome.
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