O PARAÍSO E A SERPENTE, Minisérie na Netflix

Recomendo vivamente esta minissérie. Me pegou logo no início e levei dois dias para vê-la por inteiro. Não conhecia os atores, e fiquei impressionada com a história, real de um serial killer que visava os jovens hippies, paz e amor que se mandavam para a Índia, Tailândia e Nepal para viagens lisérgicas e espirituais. Todos de boa fé, achando que a turma do lado de lá era toda namastê. Caramba, como se enganaram, até eu quando conheci a Índia, não sabia metade do que sei hoje. Não são lugares legais, na Índia com a guerra perene entre muçulmanos e hindus, pobreza extrema, diferença entre castas, como você pode achar que está num lugar especial? Eu pensei que sim, e hoje não penso mais. E nem sei se consigo olhar para os gurus como os olhava há 20 anos atrás. Torno a recomendar O Tigre Branco, filme imperdível também na grade da Netflix.

Bem, a minissérie mostra isso, o serial killer era cruel e objetivo, e contava com dois ajudantes exemplares, daí o sucesso de suas empreitadas. Os atores dão banho de interpretação até no sotaque de seus personagens. E eu fiquei muito feliz com o final, não posso dar spoiler, não é mesmo? Tahar Rahim ator francês de ascendência argelina é fantástico e pelo que li muito premiado. Tem uma figura esbelta e bonita e a câmera gosta dele. Sua interpretação, contida na fisionomia, embora intensa e fria no olhar, empresta ao seu personagem todo o carisma que precisa para encabeçar toda a trama. A mesma coisa se opera com Jeanne Coleman, seu olhar diz absolutamente tudo.Espetacular. Ah, sim, Charles Sobhraj está preso até hoje, o serial killer.