O Ninho de Manon

Ah, finalmente começo a ler sobre os transtornos que o barulho em demasia gera no indivíduo, e a conclusão que chegaram é que é taõ estressante quanto a violência. E estamos numa cidade onde todos falam alto, aqui parece que há a cultura do barulho. Tenho notado que a fala humana tem evoluído para o grito, precisam ver os alunos das escolas da prefeitura, sempre em bando é uma turma que usa o gogó lá nas alturas. Há  também os guardas municipais que apitam loucamente ao invés de usarem as maõs para a sinalização que o próprio semáforo indica, uma lástima. Os ônibus e caminhões deveriam ser obrigados a usar silenciadores e os morotistas multados severamente ao usar a buzina sem critério. Fora as festas de aniversários nos plays dos prédios gradeados, o vizinho que usa seu poderoso som para todo o quarterião ouvir, e a lista é imensa.  Mas o pior talvez seja o barulho infernal dentro dos restaurantes, agora com televisão ligada. É dose. Na minha rua o carro da pamonha não nos inferniza m

Esta semana está uma tragédia no Rio de Janeiro. Não sei até que ponto a mídia tem interesse em só mostrar desgraças ou se era realmente falta de qualquer notícia melhor. Vou começar pela Guarda Municipal. É uma corporação com integrantes cuja baixa escolaridade é visível desde o momento em que abrem a boca. Entendo que essas pessoas são recrutadas em áreas pobres e duvido que tenham estudado em colégio privado e bom, pois o conhecimento básico que exibem me deixa bastante duvidosa. Nunca entendi porque os guardas ao verem infrações graves e outras nem tanto, passam direto como se não vissem. Me pergunto se estão atrasados para o almoço ou se já estão na hora de ir embora. Digo isso com toda a propriedade porque moro numa rua próxima ao batalhão da Guarda, rua essa que é campeã de irregularidades, e como vejo os guardas passarem de lá para cá e de cá para lá, sem fazerem nada, absolutamente nada quando seria necessário a interferência de qualquer autoridade para coibir os abusos, só m

O garoto Nicolau é filho único, estuda numa escola legal, limpa e disciplinada, e tem pais que o amam bastante. Portanto, sua vida é  tranquila e sem sustos até que ao ouvir que sua mãe está grávida, entra em pânico, acha que vai ser abandonado por causa do novo bebê, e então, começam as cenas mais engraçadas do filme. Aliás, se ri desde a primeira cena, no momento em que os personagens são apresentados ao público. Os atores mirins foram escolhidos a dedo e levaram a sério a composição de seus personagens, estão todos impagáveis e adoráveis.   Filme francês é um luxo, os atores tem caras de gente comum, o que me encanta, não é aquela super produção onde as atrizes são siclionadas, botoxizadas e plastificadas. A maquiagem é tão discreta que elas chegam até parecer simples demais. E a professora é a mesma atriz de Mademoiselle Chambon, que mais uma vez mostra como é ótima atriz, aproveita cada detalhe. Como é que a direção conseguiu que aqueles meninos atuassem tão bem?

Finalmente vi o simpático e belo filme de Paulo Thiago com Murilo Rosa defendendo com brilhantismo seu personagem, Mozart Vieira, um músico nordestino contemporâneo, que lá longe no sertão conseguiu contagiar as crianças e formar uma orquestra de meninos pobres. Murilo está ótimo, como gosto desse ator, é comovente o seu desempenho, Priscila Fantin também está ótima, sem aquele cuidado global ela está tão simples que até parece outra pessoa, o que também abrilhanta seu papel de atriz. E ainda contamos com Othon Bastos, fazendo um político nojento que inventa horrores sobre o maestro por achar que com o seu prestígio ele ameaçaria sua reeleição para prefeito. Uma delícia o filme. Valeu.

foto de Joaquim Nabuco Leu que ele tinha se internado na Clínica São Vicente. Uma notinha, assimzinha, na coluna social de seu jornal preferido. Na hora teve a certeza de que do hospital ele não saía mais. Esperou uma semana para ter a confirmação da notícia. Foi numa noite regada a muita bebida, sexo e jazz que se conheceram. Quando ele entrou, causou frisson, quem é, ela quis saber. É um músico e tanto, instrumentista, toca um saxofone de arrepiar, famoso, gosta de mulheres louras, namora uma judia e é casado com uma negra. Ela, de uma morenice libanesa, riu e acrescentou, não vou ter nenhuma chance com ele, então. Sei não, ele gosta de mulher, falou o alcoviteiro, nunca o vi rejeitar cara nova, e ele olhou para você. Vamos ver no cara ou coroa. Deu cara. E os dois saíram juntos da festa: ela e o músico instrumentista, famoso, maestro e compositor e dono dos olhos mais lindos que já viu. Viveram uma paixão, sexo puro. Cheio de compromissos, sociais e afetivos, o maestro se de

É assustador o que leio sobre esse caso, mas mais assustador é o circo montado em volta. A mídia está o tempo todo marcando em cima e sinceramente é dose aguentar esse horror 24 horas por dia. A atuação das autoridades envolvidas é de dar dó, e sinto uma dor enorme no coração ao pensar que pedaços do corpo de Elisa foram dados para cachorro comer. Todos os envovildos deveriam pegar prisão perpétua, gente assim não faz falta no mundo.

À princípio não me entuasiasmei em ver o filme. Torci pela indicação de Kathryn Bigelow, afinal era a primeira vez que uma mulher concorria ao Oscar, e venceu, mas não fui ver o filme. Quando passou na rede Telecine, fiz pipoca e me instalei confortavelmente para vê-lo. Adorei. Um roteiro ótimo onde um grupo de soldados americanos no Iraque, contando os dias para voltar para a casa, são submetidos a dias de verdadeiro terror, enquanto um especialista em desarmar bombas faz o seu trabalho arriscando não só a sua vida como a de todos em volta. É interessante perceber, no filme, a adrenalina movendo atitudes impensáveis no ser humano, quase que um ato de suícídio, de arrepiar, principalmente no ator que faz o especialista. Ele não está nem um pouco preocupado em morrer ou viver, faz o seu trabalho no limite. Um terror. E ainda tem Ralph Fiennes numa ponta, dando um show como sempre.

Finalmente sentei-me e li de cabo a rabo, quase que de um fôlego só O FILHO ETERNO do conterrâneo Cristovão Tezza. Esse livro ganhou 4 prêmios e MERECEU. É extraordinariamente bom. Ele conta o drama de sua vida ao ter um filho com síndrome de Down. Rasga as entranhas( com uma maestria estilística impecável) contando sua tristeza, seus conflitos enquanto em outras vozes passa a sua vida a limpo, desde a experimentação da vida em comunidade quando adolescente, depois como imigrante ilegal na Europa, as dificuldades de publicação de seus escritos, empilhados nas gavetas de sua casa com a recusa das editoras, o cargo de professor em universidade paulista, e a única certeza de que seria escritor e que seu filho Felipe seria sempre seu filho eterno.

Confesso que me falta inteligência e perspicácia para entender as cabeças dos presidentes e sua corja política. Me lembro que para dar o aumento mirrado para os aposentados, o presidente de início chiou, depois fez média, o jornal publicou dezenas de comentários dizendo que a preivdência ia falir e coisa e tal, e eu continuo lendo os absurdos dos aumentos no Senado, na Câmera, e hoje, no Globo vem a pérola , na primeira página. o presidente autoriza pagamento de 574 milhões (é dinheiro hein?) para emendas de parlamentares e da bancada do orçamento para esse ano. presidente sancionou a criação de 37.101 cargos comissionados nos 3 poderes, e o impacto anual será de 1,94 bilhão. Êta governinho bão, esse, nunca comeu melado quando come se lambu$$$a. E ainda temos de ouvir que a Previdência vai falir com o aumento ridículo de 7,7% para os velhos desse país.

Com Tereza Porto à frente da Secretaria de Educação e com vários laptops distribuídos a torto e a direito, para professores ( os que estão fora da sala de aula e fora da secretaria também receberam) e alunos exemplares,  a educação na rede pública estadual desce ladeira abaixo.

Precisamos aprender e aceitar que a derrota faz parte da competição. E parar de procurar os vilões da história. Essa euforia exarcebada em relação a essa Copa foi demais, um ufanismo bastante subdesenvolvido, oportunista, em que repartições estaduais e municipais paravam para que a patuléia torcesse e fizesse barulho enquanto torcia pela seleção. Menos, governadores e prefeitos precisam começar a dar exemplo de cidadania e respeito, os funcionários tem que trabalhar e o país não pode parar. Que isso acabe com a era Dunga, o Brasil e os brasileiros precisam crescer, basta de choradeira, é apenas um jogo de futebol cujos jogadores ganham salários que, duvido muito, algum brasileiro do mesmo nível intelectual deles consiga, e vamos ao trabalho, o ano finalmente começou e daqui há alguns poucos meses já acabou.

No Rio de Janeiro bueiros explodem, no Iraque, Bósnia, Afganistão, Kosovo minas explodem. Estamos como o diabo gosta.