THE MISFITS

Um dia desses vi The Misfits, um filme de John Huston com texto de Arthur Miller. No elenco artistas estrelares, todos mortos (talvez seja por isso o meu pavor perceber que a finitude está a um passo) Vi pouca coisa com Clark Gable, quem gostava dele eram nossas mães, minha turma fechava com Brando, Newman, Dean, e correlatos, por isso me posicionei confortavelmente e mandei ver. Pude perceber o quanto a interpretação cinematográfica melhorou. Clark Gable o tempo todo posudo me irritou, a cara parecia estanque, um modo de interpretar estranho, bem, morreu 11 dias depois do filme ter acabado. Marylin é de um artificialidade física impressionante. Achei que ela se esforçava legal, tentando achar a verdade da personagem, mas o figurino da época, o marketing em cima de sua figura para ser sexy, parecer sexy, e sei lá o que, resultava numa interpretação canhestra e interessante ao mesmo tempo, se é que isso seja possível. Thelma Ritter, que é ótima, tinha o texto decorado e percebi umas falhas engraçadas- ela com o texto prontíssimo na boca, ficava olhando para o parceiro, e quando a deixa era dita, ela atacava. Não havia pausas, como há hoje, pausas de intenção ou pausas mesmo para falar, não emendando uma fala na outra, capisce? Agora o show é Montgomery Cliff antes do desastre que lhe desfigurou o rosto. O cara chegou arrasando, trazendo com ele o método de Staniskavski. Deu um banho. Engraçado, ele era mínimo, magérrimo e virou símbolo sexual. Não havia menina que não suspirasse por ele, mas ele suspirava pelos meninos. Li a sua biografia, ele era bastante frágil e controladérrimo pela mamma. Não vi o fim do filme, na sinopse dizia que capturavam mustangs que serviriam para comida de cachorro. Quando os atores chegaram no deserto, entraram no bimotor e começaram a caçãr os pobre dos cavalos, fui dormir.
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