A DESORDEM URBANA NO RIO DE JANEIRO

Quando os militares saíram do poder, graças-a-deus, ficou feio, ou pegou mal, obedecer ou seguir ordens. Talvez pelos malfadados anos de repressão. O brasileiro, pós ditadura, reverteu a ordem das coisas. Ficou proibido proibir. E o que acontece agora, na nossa cidade é reflexo de ANOS de omissão pública, de autoridade e de tudo que se refere a disciplina social dentro de uma sociedade organizada.

Vamos por partes:

Os que são pagos para nos proteger- os policiais militares, guardas-municipais, tem pouca instrução, vem de famílias humildes, moram em áreas violentas, e não SABEM exercer a autoridade que lhes cabe. Exercem -na acoplando-se aos bandidos e são muito rudes quando no contato com o público de maneira geral. Constato isso a todo minuto: vejo irregularidades a cada passo que dou, como vejo também os policiais e os guardetes passando pelos mesmos lugares e não tomando atitude alguma. Chega a dar dor no coração, porque são nas pequeninas infrações do dia-a-dia que se vai desentortando o pau. A bem da verdade a cidade ficou entregue ao deus dará.

A atitude dos ambulantes na Barra jogando cadeiras no asfalto e batendo-boca com o guarda mostra bem a que ponto chegamos. Ninguém respeita a autoridade policial porque ela não soube se dar ao respeito. Culpo os políticos que ocuparam as cadeiras do governo e da prefeitura.

Outra coisa que me intriga é que César Maia sai do cargo e não é julgado por tudo de errado que fez nesses últimos anos. Não houve um movimento de nenhum vereador, deputado ou MESMO DO POVO. Só o jornal apontando os erros de uma administração patética e o carioca aliviado pela saída do prefeito. Muito pouco, realmente é de dar dó.

Outra coisa que me chama a atenção é o vandalismo em relação ao nosso patrimônio cultural . Não sei como é no resto do mundo civilizado, mas depredar estátuas, arruinar obras de mestre Valentim, e pixar monumentos, sei não, é ódio mesmo, é se lixar pra a cidade. Será que isso poderá estar ligado as diferenças sociais e falta de oportunidade, cada vez maiores, embora Lula ache que não?

As pessoas continuam morrendo de bala perdida e hoje a notícia é apenas num canto do jornal. Nos acostumamos com isso.

A desordem social, pelo menos no Rio, é muito séria, e envolve banditismo. As favelas aumentam, a população incha, as oportunidades de trabalho e de ascenção social não chegam para essa gente, e é assim que vamos nos equilibrando no asfalto. Sinto um ódio bastante visível nos olhares do pivete, ou daquele que me dá uma trombada com sua mochila e nem um pedido de desculpas ouço. Sinto indiferença ou mesmo frieza nessa falta de cidadania, de postura urbana, e ninguém está prestando atenção a isso.

Então, não me surpreendeu a atitude dos ambulantes. É o reflexo da FALTA DE TUDO.