Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2008

O PREÇO DOS INGRESSOS DO CINEMA HÁ 50 ANOS ATRÁS

Não sei se choro ou se me escangalho de rir. Mas saiu no O Globo de hoje, naquele cantinho de 50 anos atrás, um alerta sobre o preço alto do ingresso do cinema, que a curto prazo invibiliarizaria a freqüência de pessoas no interior, não sei se no país, ou no Estado do Rio de Janeiro. O articulista pede que "a matéria seja examinada com vistas ao encontro de uma solução razoável." E não há muito tempo atrás, saiu no mesmo jornal, uma matéria sobre cinema em que o alto custo dos ingressos era comentado. E de fato está muito caro. Pois é, depois que li 1808 e outros livros sobre a família imperial me deu um desanimo.... Há uma repetição na nossa história de costumes que dá tristeza. Claro, que se avançou em muitos aspectos, mas há o diabo é o fator congênito. O preço do ingresso é um. Em 50 anos o problema persiste.

ENSAIO SOBRE A CEGUEIRA E LINHA DE PASSE

São dois filmes impactantes, e que nos fazem refletir. Linha de Passe me deixou deprimida e com a certeza de que essa moçada marginal não vai ascender socialmente nunquinha. Tudo bem que é um filme, mas é a realidade tocável que a gente sente, pelo menos no Rio de Janeiro e São Paulo. O ódio explícito nos olhos de quem nos rouba, nos humilha, nos maltrata, é coisa nossa, de um país que as diferenças sociais são abissais. Já em Ensaio sobre a Cegueira o enfoque é mais alentador, há uma luz no fim do túnel quando a população que havia ficado cega começa a enxergar. Ambos os filmes me incomodaram, me fizeram sentir pequena e insegura, mas é isso - arte tem que incomodar.

LINHA DE PASSE E A CENA DO VEÍCULO DE RADAR MÓVEL INCENDIADOaR

Realmente é de se ficar estarrecido com os atos de vandalismo que acontecem nessa nossa cidade e arredores. Não leio sobre o país todo, mas me reservo ao direito de falar no que acontece no meu pedaço. Vamos começar pela depredação da cidade inteira, dos óculos de Drummond ao pênis do Manequinho, às esculturas de Mestre Valentim, das pixações das estátuas, e etc, etc. e etc. e tal. As autoridade comparecem e remendam o mal e fica assim até ao proximo ato. Quem faz isso? De onde vêm essas pessoas? Têm família? Emprego? Vã à escola? Eu não sei, você sabe? O que me revolta e ao mesmo tempo me instiga é descobrir porque não há uma política de moral e cívica que se implante em todas as escolas,noções de cidadania, de respeito ao bem público, de higiene sanitária doméstica e urbana e de tudo mais que diferencie o homem do animal. Estamos, nessa cidade, nos comportando como verdadeiros animais: defecando, urinando e fazendo sexo nas ruas, que por sua vez estão imundas , cheias de esgoto pa

CASAL GAROTINHO- TSE ARQUIVA PROCESSO

Falta culhão mermo no TSE. Nessa merda de país qyem é rico e poderoso pode tudo. Haja visto o caso Pimenta Neves, assassino confesso e que nunca ficou preso. Nos EUA já tinha ido para a cadeira elétrica. Quanto aos gorduchos INHO, garota e garoto, teriam seus direitos cassados e obrigados a reporem o que roubaram . Mas como somos o país do carnaval. do futebol e da bunda, vamos levando no CRÉU.

AEROPORTO TOM JOBIM

Não deixa de ser uma ótima notícia a privatização do nosso aeroporto. Pelo menos, em honra ao nosso grande maestro, que não merece ter o nome ligado àquela rodoviária de quinta. É um big step para a modernidade de fato , pois vários grandes aeroportos no mundo são privatizados.

OS DESAFINADOS

Arrebatador, fiquei fascinada com o filme. Walter Lima Jr. filmou com o coração. Os atores agarraram seus personagens com unhas e dentes e deram um show, de arrepiar. Cláudia Abreu é uma atriz de encher os olhos. Adoro. Mas todos estão excelentes, se entregando totalmente. Não queria que o filme acabasse, queria viver mais aquele sonho. O final me fez chorar. Muito bonito, muito humano. E as músicas, ah as músicas, resgate de uma época que foi tão boa.

LEMON TREE- o filme

Adoro ver filmes fora do circuitão americano. Esse é uma co-produção lá dos lados de Israel, com atores árabes e judeus. Já conheço a atriz árabe, ela está em todos os filmes que eu vi com a temática palestina-judaica. Ela é ótima, e fico com a sensação de que estou vendo uma velha conhecida em cena, novamente. O filme aborda o embate surgido por causa da mudança do ministro israelense para um local vizinho à uma plantação de limões de uma senhora árabe. E então, começa a confusão, com a paranóia da insegurança e toda a problemática que envolve os habitantes daquela faixa de terra. É interessante poder julgar de fora: tanto aqui como lá os problemas são os mesmos-abuso de autoridade, pessoas que não têm nada a ver se metendo na vida privada dos outros, preconceito, mas o legal também é perceber o olhar carinhoso da mulher em relação a outra, mesmo de credos e status diferente. Valeu o filme. Aquele pessoal filma legal e com pouca grana, dá pra ver, e a gente torce.

A ELEGANCIA DO OURIÇO- Muriel Barbery

Tenho privilégio de ser amiga de Sérgio Branco Vieira Junior, que além de ser uma pessoa maravilhosa, é um leitor atento e excelente escritor. Empresta-me livros incríveis. Foi através dele que conheci Bernardo Carvalho, alguns outros tão bons quanto e agora, Muriel Barbery. Confesso que quando comecei a ler o livro estava um pouco descompensada e custei a entrar na trama, mas graças a Deus fui voltando ao normal e pude desfrutar de tão elegante narrativa. O personagem da concierge é fantástico. Portuguesa, caipira, mas com um refinamento intelectual de cair o queixo e que mataria de inveja o presidente Lula, e quiçá o próprio Bush. O encontro dela com o morador japonês muda tudo que vinha acontecendo e eu me vi torcendo por ela e o final me deixou estatelada, foi mesmo de surpreender. O personagem da adolescente é também fascinante. São esses dois personagens que contam a estória do prédio. Comprem o livro, não se arrependerão.

MARCO AURÉLIO

Por muito tempo foi gerente do tráfico na comunidade onde morava. Durão, mantinha todo mundo nos trinques, embaixo da asa. Não matava, tinha horror de droga, mas a grana era boa e ele topava. Era muito respeitado, até que num vacilo a corda arrebentou pro lado mais fraco e foi preso. Ficou pouco tempo na prisão, mas ao sair, não quis o antigo posto. Queria mudar de vida, mesmo que ganhasse salário mínimo. Queria servir de exemplo para o filho, que nascera quando ele estava na prisão e já era um moleque de quatro anos. Foi num momento de raiva que matou o vizinho. Por pura bobagem. Os dois moleques, o filho dele e do outro disputavam uma bola. O vizinho, querendo agradar ao filho, empurrou o filho do outro e ele caiu ao chão. O ferimento no braço foi coisa-à-toa, mas Marco Aurélio se enfezou, veio com a arma e matou o pai do amigo do filho. Onde já se viu? Empurrar assim, sem mais nem menos o meu moleque? A comunidade entendeu

A AMEAÇA

A calçada, em toda a sua extensão, estava tomada por vendedores ambulantes. Estendiam suas mercadorias em panos estirados sobre o chão ou em encaixes de madeira servindo de apoio. Vendiam biscoitos, balas, bolsas e roupas infantis. Alguns se abrigavam em baixo de barracas de plásticos, imundas. Outros se sentavam ao meio fio ou em bancos improvisados. Pessoas pobres vendendo para pessoas pobres. Se a bexiga apertava, se aliviavam ali mesmo, sem pudor e na frente de quem estivesse passando. De costas, melhor dizendo. Um grupo de pessoas barulhentas atiçou a falsa indiferença dos comerciantes da calçada. Ligados o tempo todo ao menor movimento suspeito, caixas e sacolas antes invisíveis, apareciam como por milagre e mãos treinadas e disciplinadas começavam a colocar a mercadoria exposta para dentro delas, enquanto os olhos se fixavam em algum ponto no horizonte à espreita do surgimento da tropa inimiga: a Guarda Municipal. Segundos tensos custav