O Ninho de Manon

Pois é, sem muita esperança, mas com a certeza matemática que não há mal que dure para sempre, estou com os olhos atentos para o que o ano de 2022 nos trará. Não há dúvida que o país, e o mundo se renovam a cada ano, a cada década, e o novo vem em ondas galopantes e às vezes sufocantes. O que nos atraía e nos fazia pensar há décadas atrás, não é mais o que move as novas gerações. Li um comentário sobre o novo filme de Woody Allen, e no final a constatação do jornalista: o filme é ótimo, e vai agradar aos seguidores de Allen, que envelheceram, mas continuam seguindo-o. Daqui há algum tempo, poucos saberão quem foi Woody Allen. E assim é.  E como hoje a Lua é minguante, concentre no que não quer para o ano que chega, e a quem você quer banir dos seus pensamentos e do país. Se o pensamento for forte, quem sabe acontece. 

 É um filme interessante e diria mais,  bem atual. Com um elenco estrelar, capitaneado por Di  Caprio, Jennifer Lawrence,  Meryl e ainda a fantástica Cate Blanchet,  dei muitas  risadas porque o roteiro privilegia  a burrice e a ignorância do povo em relação ao real, e como espectadora pude constatar que independentemente do país onde você vive, o comportamento mostrado no filme é universal. Aqui, na terrinha,  não precisamos olhar para cima para ver o meteoro em desabalada velocidade em direção à terra, mas se olharmos na horizontal já testemunhamos vários meteoros destruindo programas do Ministério da Educação,  Saúde,  Meio-ambiente,  sem falar no Ibama, Iphan, Fundação Palmares, Funai, ICMBio, e quase da Anvisa. Filme que merece a sua atenção. 

 E muito bom. Independente de onde você  esteja, a magia de contar histórias,  seja no telão,  telinha ou no papel sempre ocorrerá.  E o público tem a honra de participar. Acho isso um luxo.  Sabemos pouco do Oriente  Médio,  o que vem à tona é o ódio entre israelenses e palestinos. Fico pasma de constatar o avanço de Israel e o retrocesso da Palestina,  em todos os aspectos. É só comparar as cidades.  Passou pra mim que o palestino vive à beira da selvageria.  Tudo bem é um filme,  mas o DNA do povo está lá,  na tela. O filme é ótimo,  para nós,  aqui no Brasil, a violência se compara, mas em outra língua.  Recomendo. 

 É uma data controversa.  No meu caso, era um dia em que ganhava presentes, fora os do meu aniversário. Morreram todos e eu não constitui a minha família.  Era convidada para cear  em casas de amigos e sempre achava chato. Estavam ali para comer, beber, em excesso, e ganhar presentes. Na vida que levo já há algumas décadas,  não comemoro a data. Jesus de Nazaré foi um judeu extraordinário para o seu tempo e foi sequestrado, depois de morto, pelos gregos para ser o ícone maior   da nova religião que eles queriam fundar. Bem, dito isso, me divirto com os relatos de amigos com as agendas cheias para lanches, ceias e almoços. Não vai nenhuma crítica,  cada um leva a sua vida do jeito que quer, mas é interessante notar que o espírito cristão da data se esvai na quantidade de comida e bebida servida.  Claro, é  mais uma oportunidade e tanto para reunir a família,  então haja estômago.  Vi a foto no jornal de voluntários carregando nas costas produtos  alimentícios para os favelados. Tudo den

 Primeira temporada. Cooperação entre noruegueses e israelenses. Tiro no pé conseguir viver naquela região: Gaza, Tel-Aviv e o labirinto dos Montes do Sinai, que é tão espetacular como o Grand Canyon. Adorei a primeira temporada. Narrativa forte,  cenas com violência,  muito suspense, enfim, agradou. Trata-se de um sequestro de três jovens, sendo que uma, a de Oslo, tem ligação estreita com um influente ministro israelense.  

 São negros. São escritores.  JEFERSON TENÓRIO ganhou o prêmio Jabuti com seu incrível O Acesso da Pele. Conta a história de seu núcleo,  numa cidade racista como Porto Alegre. É uma narrativa impactante, trouxe um novo olhar, eu senti assim, ao lê-lo. Mereceu muito o prêmio.  Maya Angelou conheci no programa da Oprah Winfrey. Ela era uma das convidadas daquele dia, e eu percebi amor e respeito quando Oprah chamou-a ao palco. Gostei da entrevista, ela era muito politizada,  muito premiada por seus livros,  e uma simpatia. Não me interessei por seus livros. Morreu, e no kindle vi que um dos seus livros estava disponível: EU SEI PORQUE O PÁSSARO NA GAIOLA canta.  Devorei o livro numa rapidez gulosa. É seu início de vida em Stamps, Arkansas. 1928 o ano em que nasceu. Podem imaginar como era a vida dos negros por lá? Maya era incomum em relação aos seus pares na época de então.  Achava-se feia e era muito alta e magra. Seu ídolo era o irmão Bailey,  que era bonito,  segundo seu olhar. Frut

 Adoro essa atriz desde A Família Soprano. E acompanhei seus filmes, até um seriado em que vestia o personagem de uma enfermeira. Gente de Bem é um filme na grade da Netflix onde ela atua, e esse recente é muitíssimo bom. Drama social  que é um tema que me seduz, este envolve um casal improvável,  mas, que  pode ser possível,  por que não?  Me impressionou o ator que contracena com ela. Sua interpretação é tão visceral que eu torci por ele o tempo todo. Conseguiu passar todas as emoções do seu personagem. Netflix. 

 O filme é ótimo.  Um drama focado nas frágeis relações familiares. Surpresa, suspense e emoção.  Gosto demais da cinematografia de los hermanos.  Fazem cinema de alta qualidade.  Na Netflix.          

Excelente, com um pegada felliniana em algumas cenas. Corajoso, divertido, vale a pena assistí-lo. Ah, sim, a vista da praia de Nápoles, as águas do Mediterrâneo, o cenário é lindo. Ah, e os atores, super comuns, ninguém bonito dentro dos referenciais dos padrões americanos, mas o talento transborda. Aliás, falar do talento é quase lugar comum, claro que quem se destaca nesse mercado tão difícil tem que ter talento mesmo, ks, ks, ks.   Foca numa família italiana, com cenas engraçadas, tristes, e quase no finall um desdobramento surpreendente, acho que foi mesmo jogada de mestre, envolvendo a baronesa e o filho caçula do casal protagonista. Ah, o mão de deus se refere aquele gol de Maradona com a ajuda do pulso. Está visível na captura da imagem. Os italianos também chegam ao fanatismo quando se refere a futebol. 

Na grade da Netflixx, com um elenco super afiado e talentoso, o filme brasileiro de 1996, drigido por Sandra Werneck, encabeçado por Andréia Beltrão e Daniel Dantas, com as presenças luxuosas de Glória Pires, Camila Amado e Eduardo Moscovis,  a trama se mantém atual e me fez rir de saudades de um tempo em que vai tão longe. Gosto dos verbetes introduzindo a narrativa, e sim, a figura de Andréia Beltrão é linda e cinematográfica ao extremo. Daniel Dantas, com aquela carinha e voz doce, é sempre um coringa na manga. É um ator ótimo, que une habilidade e talento na composição de seus personagens. Vira e volta é marido da Beltrão. Combinam direitinho. Glória Pires é única, uma atriz que fotografa muito bem, é ímpar, come todos os qualificativos em relação a arte de atuar.

 GARIMPEIROS, GRILEIROS COMPARADOS A POVOS INDÍGENAS E QUILOMBOLAS É O MÁXIMO DA IRRACIONALIDADE E IGNORÂNCIA. VOTOU NO CARA? É ISSO MOÇADA, APRENDE-SE, OU NÃO, NA MARRA. E VAMOS QUE VAMOS. IMÓVEL COM VISTA PARA QUALQUER RIO BRASILEIRO. COMECE DESTRUINDO A VEGETAÇÃO NATIVA RIBEIRINHA, CONSTRUA SUA MORADA NAS MARGENS, NÃO SE ESQUEÇA DE PROJETAR UMA PORTA DE CORRER GRANDE NA LARGURA DA SALA, PARA VOCÊ, NÃO SÓ TER VISÃO PANORÂMICA , COMO CAIR DENTRO DO RIO AO DAR UM PASSO PARA FORA DA PORTA.  FUI ENSINADA A NÃO MENTIR. MENTI, ALGUMAS VEZES, MAS AS MENTIRAS ERAM BOBINHAS. O QUE IMPRESSIONA ATUALMENTE É A CAPACIDADE EXTRAORDINÁRIA DE ALTAS AUTORIDADES A FALTAREM COM A VERDADE COM A MAIOR CARA DE PAU. FICA MAIS ELEGANTE ESTILISTICAMENTE DO QUE USAR O VERBO MENTIR COM TODAS AS SUAS LETRAS. E A RODA GIRANDO. VOCÊ GOSTARIA DE GANHAR UM CARRO ELÉTRICO NO VALOR DE 90 MIL REAIS? O CAÇULINHA GANHOU E O EMPRESÁRIO GENEROSO TEVE ACESSO IMEDIATO AO PLANALTO. ESTÁ VENDO, COMO TUDO É FÁCIL NAS ALTAS ESF

  Tony Collette é uma atriz que me enche os olhos, bonita, talentosa e tudo que assisti com ela, adorei. Por acaso esbarrei com esse título no Prime, e quando li que ela encabeçava o elenco, junto de Rossy de Palma, outra maravilhosa sempre presente nos filmes de Almodóvar, tinha certeza de que ia gostar de Madame, e muito. Um casal americano outrora bem sucedido e agora falido, aluga uma mansão em Paris para impressionar seus amigos, mas o que planejaram não dá certo. A atriz espanhola dá um show, Tony também e ainda tem Harvey Keitel. Passe por lá, divertimento na certa.

É desesperador e desalentador ver imagens da pobreza desses brasileiros totalmente desassistidos.    A mídia escrita, volta e meia, publica fotos e reportagens, e duvido muito que depois de ler o quanto a miséria e a fome atingem esses infelizes, alguém consiga almoçar ou comer qualquer coisa. Faço pouco, mas faço, contribuo com uma mensalidade para um chef que distribui quentinhas para essas criaturas em perigo alimentar, mas é preciso mais. As fotos mostram mulheres jovens com quatro, cinco filhos, sabe-se lá quem são os pais, e vivendo na mais absoluta pobreza. Sou muito a favor da laqueadura, que era programa há décadas atrás, mas me parece que acabou, e não me conformo mesmo que não haja políticas de orientação sexual para essa turma, que aliás é praticamente invisível para o poder público. Hoje já há a distribuição de absorventes para as meninas, o que é saudável e higiênico, mas, torno a dizer, políticas ensinando a turma a não engravidar, seria muito bom. Esses filhos da miséri

O primeiro tem a assinatura de Jane Chapion com os ótimo Kirsten Dunst, Jesse Plemons (marido dela na vida e real e Benedict Cumberbatch.   Passa-se em Montana nos anos 20 e é um enredo bastante forte, emoções contidas, mas a diretora nos dá a oportunidade de imaginar cenas que são delineadas, aliás com muita elegância de estilo. Já Identidade foca o conflito de uma mulher de pele clara, embora seja afro descendente casada com um sujeito branco e racista. A coisa pega quando ela reencontra uma grande amiga, negra, de classe média alta, e as duas passam-se a se ver. É excelente, porque mostra uma tensão recorrente o filme todo. Assim com Ataque de Cães.

O país vai continuar na merda se a religião, principalmente a evangélica neopentecostal e carismática ocupar espaço político, como o que estamos vendo há algum tempo, quando os presidenciáveis correm para bajular os líderes religiosos. O Estado é laico e tem que se comportar como. Há retrocesso imenso se o sujeito invoca uma entidade abstrata para tomar qualquer decisão. Não suporto mesmo essas novas lideranças, são criaturas que enriqueceram e continuam enriquecendo às custas da burrice e ignorância de um segmento da população. Não gostei de André Mendonça estar no Supremo, claro que suas decisões jamais serão laicas, vamos esperar para ver. Acredito que o ser humano é mutável, mas há de se querer mudar. Ao invés de termos uma população estimulada a estudar, ajudada por governos que tenham por meta promover a igualdade social, o que acontece aqui é o contrário. A cada esquina, em cada canto surgem igrejotas evangélicas, já vi até uma sala comercial. para enganar o pobre. É incrível.

Nunca deixaram de receber seus ricos salários, um tapa na cara de todos nós.  Como pode isso? 50 mil todos os meses, sem atraso e na conta corrente. E foram condenados por desvio na corte. Quem tem padrinho não morre pagão. E o funcionário público estadual que fez concurso para entrar no Estado, na sua maioria ganha oito a cinco vezes menos. Essa gente do TCE  é apadrinhada, filho de ex governador, por exemplo e por aí vai. Vergonha.

 Com o  que leio sobre as variantes dos evangelismo nesta nação tão atrasada e carente academicamente, com uma população gigantesca que prefere a igreja à escola, criei uma antipatia a quem se diz pastor ou evangélico. Já vivi outros tempos em que não se precisava declinar a religião ao se apresentar.  Também acho muito estranho se falar em deus o tempo todo, até quando as atitudes do sujeito são antagônicas ao que se espera de um ser que lhe é temente. Exemplo : o presidente desta república. André Mendonça tem saber jurídico inquestionável, mas como ministro da justiça desse governo tomou atitudes bem questionáveis, autoritárias e pouco republicanas. É só pesquisar que está tudo lá. Não me convence que mudou, tal e qual Moro.