DESPERATE HOUSEWIVES
O show, como os americanos chamam, começou super bem. Impactante, com ótimas atrizes, trama boa, roteiro bem alinhavado, foi perdendo o fôlego ao longo, sei lá, após tantos anos (estão na oitava temporada) e tantas desgraças. Ganhou vários prêmios em várias partes do mundo, e todo o mundo que eu conheço (bem, meu mundo não é tão grande assim) acompanhava a trama das donas de casa de Wisteria Lane. As atrizes agarraram seus personagens com garra e deram vida e glamour ao roteiro que recebiam. Mas chegou um momento que o caldeirão passou do ponto e desperated ficou o autor, entraram personagens, saíram outros tantos, algumas tramas ficaram no meio do caminho ( o caso do filho de Mary Alice- o que foi aquilo, o garoto vira um vilão, aparece e desaparece, bem estranho), e agora que está terminando o autor ganhou fôlego extra e a série ficou de novo interessante. As mulheres de Wisteria Lane são bem assustadoras. Têm-se ali um melting pot das idiossincrasias americanas, mulheres autoritárias (women power ao extremo), dissimuladas, cruéis e mortalmente perigosas, mas usando uma leveza de interpretação que me impressionou. A personagem Bree é um prato para a psicanálise, é uma mulher tão enigmática e tão bela que o dito "Decifra-me e te devorarei" cai como uma luva. Claro que as tintas são fortes, mas há também uma forte crítica aos valores do American Way of Life, quer dizer o autor também sabe rir dos padrões. A série é das mulheres, os homens são escadas para as boas interpretações delas. Fiquei com a impressão que o autor é gay e que deve ter tido uma mãe castradora. Será?
Comentários