A calça jeans apertada denunciava os quilos a mais. Vinhos, queijos, chocolate e outros vários quitutes saboreados com vontade que com vontade também, se instalaram no corpo da beldade. Ascendeu a luz vermelha. A calça incomodava, a barriguinha inflada caía sobre o cós da calça. As coxas estufadas avolumaram-se e a calça mais apertada ficou, na frente e atrás. Ela, desesperada e deprimida como só as mulheres ficam quando engordam, já pensando num regime mágico, se resignou e saiu pra trabalhar, assim mesmo, com as calças apertadas na bunda e nas coxas Tristinha se encaminhou pra estação do metrô. De repente um “Gostooossaaa” sacudiu-a do torpor. Alegrinha, pensou: “Será que é comigo?” O bonitão de sorriso amplo e bigodinho anos 20 acercou-se e falou: “Que saúde? Pra onde vais, minha deusa?” “Pra lá,” retrucou a moça entre sorrisos disfarçados e pequenos suspiros. “Quanta fartura, isso pra mim é que é mulher! Sustança. Segurou, tem carne, esbanjando,” sussurava com voz melod