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Mostrando postagens de dezembro, 2007

O AMOR NOS TEMPOS DO CÓLERA

Ah, olha que roteirizar um livro de García Marquez deve ser difícil pra chuchu. Mas, já vi filmes tão maravilhosos saídos de livros que achei que esse poderia também ser show. Que decepção. O filme se arrasta e as interpretações de atores que não sabem usar a musicalidade do idioma inglês fazem deles canastrões. Fiquei feliz quando o filme acabou. Nem Javier Barden que é um senhor ator se salva. Ah sim, Benjamin Bratt é a melhor coisa em cena. O único que fala inglês, se bem que no filme ele usa um certo sotaque.

A CULPA É DO FIDEL

A filha de Costa-Gravas fez um filme delicioso. Passei momentos felizes vendo a pequena Depardieu (Será que é neta do George?) dando um show de interpretação. O filme tem momentos mágicos e o que as crianças dizem parece real. Adoro filmes assim, que retratam situações cotidianas de qualquer época que marcaram a história desse planeta. Até a menina entender o que passava levou o filme todo, com situações engraçadas, cheias de humor. Um momento forte foram os exilados chilenos cantando uma canção em que todo o patriotismo e esperança de dias melhores estava contido na letra. Muito legal.

MEUS OLHOS CASTANHOS

Foi hoje Quanta alegria! Que reencontrei O brilho maroto De meus olhos castanhos Andava fugido O danado Num de repente Passado e presente Se olharam saudosos Dizendo gracinhas Relembrando-me estórias E através do espelho Riram baixinho De minha surpresa Foi tão bom Reencontrar O brilho maroto De meus olhos castanhos!

A VIDA DOS OUTROS

Pois é, é cada filmaço, e eu vendo tudo. Esse é um filme alemão passado na década de 80, focalizando a Alemanha Oriental e a tremenda repressão em que viviam seus cidadãos. A Alemanha que alimentou Hitler, pelo menos pra mim, mostrou a mesma cara nesse filme. De um outro ângulo claro, mas com cerceamento de liberdade de pensamento e perseguição política. O filme foi aplaudido no final. E mais uma vez pude comprovar, feliz, que na Alemanha os atores e atrizes também não são repaginados, como a Carla Ribas em A Casa de Alice. Bonitos na sua simplicidade: pessoas iguais a você e a mim. Bem, se eu tivesse o porte de rainha da atriz, ficaria muito feliz. A mulher é linda.

A CASA DE ALICE

Meninos e meninas, a Carla Ribas é um show. O filme é show de bola. Está ali retratado milhões, bilhões de casas brasileiras. É um soco na boca do estômago. Roteiro bom, atuações legais, menos as dos meninos que falam com ovo na boca. Momentos dramáticos e Carla Ribas brilhando, brilhando. Ela tem uma cara normal, sem plástica, sem silicone no corpo, sem lábios à la Angelina Jolie, sem lipo, enfim uma mulher comum como costumavam ser as atrizes há alguns anos atrás. e como trabalha!!! Virei fã.

O EDIFÍCIO YACOUBIAN

Foi o primeiro filme egípcio que vi. Fiquei comovida. Poderia falar aquela língua. Fiquei prestando atenção aos sons que saíam das bocas dos atores, fazendo-me lembrar sons ouvidos na infância. O filme é super interessante, e a crítica do jornal O Globo foi direta: um grito de socorro de uma sociedade que se vê afundada no arcaico. Bem, semelhanças de miséria e corrupção, temos aqui e lá, o que difere talvez seja apenas uma questão de latitude.O machismo arrogante, o poder sem limite dos poderosos, a máfia cruel da droga em parceria com pessoas do governo, o sexo como trampolim para uma vida melhor, e muita música, que me irritou um pouco em momentos que achei desnecessário. Tenho apenas uma crítica: quando o personagem gay tenta explicar sua homossexualidade o texto é da pior qualidade. Ele culpa a mãe inexoravelmente. Ora não é culpa de ninguém, aliás, que culpa? A pessoa é gay por opção, por gostar, não porque a mãe é puta, como o texto do filme tenta mostrar. E o final do personag

TRAVESSURAS DA MENINA MÁ DE VARGAS LLOSA

Só com esse nome- Vargas Llosa- imponente, sonoro, já se podia prever que o sucesso estava garantido. O nome faz a pessoa ou é o contrário? Je ne sais pas, mas o fato é que o livro é extraordinário. Tive a sorte, esse anos, de ler livros fenomenais. Autores que nunca li antes, fazem parte agora da minha leitura recorrente. Travessuras da menina má é desses livros que são impossíveis de se deixar de lado. Você dorme e acorda com ele, e fica triste no ponto final. A niña é mesmo muito mala. Houve momentos que tive muito raiva do Ricardo, o eterno enamorado da chilenita. Vai ser babaca assim nos quintos do inferno. O amor patológico sempre me intrigou. As pessoas sofrem e nã conseguem se desligar. Incrível. Babenco fez um belo filme sobre o assunto, O Passado, dando aos atores oportunidade de brilharem. É o caso de Travessuras, uma estória ímpar de um gênio literário. Salve a Literatura! Axé!