O Ninho de Manon

Tenho uma certa raiva com a arrogância do Lula em achar que tudo que ele faz (fará?) no Brasil, NUNCA NINGUÉM FEZ E NUNCA FARÁ. Ah, dá um tempo. Todo mundo sabe, que para colocar a educação deste país ( jargão do próprio) em patamares altos há que se mudar TODA A ESTRUTURA EDUCACIONAL- capacitação profissional , salários altos, mudança drástica no curriculum escolar e escolas everywhere . Quando isso vai acontecer? Sei não, talvez a muito, muito longo prazo. Não vai dar para o Lula escrever na História desse país a mudança na educação como ele deseja. Eu juro que torço e muito. Muito mesmo. Teria que ser com a ajuda de todos os governadores e prefeitos, todos unidos e abraçando a idéia . Político só pensa no bolso e jamais no povo. Aí sim posso acreditar.

Minha amiga Ângela ganhou no ano passado, este livro de presente. Só a capa já me deu água na boca. Já tinha lido a respeito e como tenho o privilégio de ter amigos bons de livros, fiquei na fila de espera. EQUADOR é outra obra magistral que me caiu nas mãos. Trata da colonização das Ilhas de São Tomé e Príncipe no continente africano, bem na linha do Equador, no começo do século XX. O autor narra a vida de um lusitano bem apessoado, rico e sedutor que atendendo a um pedido do el-rei D. Carlos, não tem outro remédio a não ser aceitar o cargo de governador por aquelas bandas. As histórias que tratam de colonização são sempre muito cruéis. Lendo Equador é inevitável que se pense no nosso país e no horror que foi o trabalho escravo ( até hoje existente e o pior, com crianças). Portugal só tinha interesse nas riquezas e jamais em civilizar os nativos, criar uma civilização como foi nas colônias americanas da Inglaterra, que tornaram-se o potente EUA. A narrativa é densa e o autor conta com

Olhou o apartamento pela última vez. Despediu-se dele como um velho amigo. Afinal vinte anos não são vinte dias. Fez as mudanças aos poucos. Cada dia levava uma coisinha. Pedaços de si. Quando se deu conta já tinha levado tudo. Levou-se por inteiro. Não deixou vestígios. Agora já podia anunciar a venda.

Por conta de um devaneio aeronáutico o trânsito ficou caótico na Praia de Botafogo e adjacências. A minha rua, Marquês de Olinda, ficou intransitável toda a manhã e até agora, 20 horas, as vias ainda estão entupidas de carro. Ninguém entra, ninguém sai - apenas os carros fingindo que circulam, em fila indiana buzinando e motoristas xingando. Isso desde as 11 horas da manhã. Não há quem aguente. Por que será que não mudam esses eventos para Barra da Tijuca . Inventar de organizar essa competição na Praia de Botafogo onde a circulação de carros é imensa é idéia de jerico. Odeio o César Maia, gente. Esse cara fica na frente do computador e não circula pela cidade. Dá isso. Nossa polícia é despreparadissima e só sabe apitar.Olha que estive na Índia, mas aqui a coisa anda feia. Uma população densa como a nossa é de assustar. Sai com o Rex e fiquei muito impressionada com a multidão chegando. Era coisa de vinte, quarenta pessoas juntas vindas de todos os lados. Não tem ninguém que me

Sempre foi desprezível, mas de inteligência brilhante. Nunca fez amigos na escola ou em qualquer lugar que freqüentasse. Acnéico tinha dificuldade de arranjar namorada. Seu rosto era constituído de pequenas crateras por onde o pus corria livremente. Mas vingava-se sendo o primeiro da classe e o único que sabia tudo na ponta da língua. Esnobava os outros com sua sabedoria e proclamava aos quatro ventos: - Ainda hei de ter as mulheres mais lindas de pernas abertas para mim. Estudou medicina e bacharelou-se em obstetrícia. Em cinco anos fez mestrado e doutorado e logo a sua fama de excelente médico espalhou-se pela cidade. Sua clientela era rica e bonita. Deu-se ao luxo de não atender convênios e cobrava salgado por uma consulta. Saboreava com indizível prazer o exame ginecológico. Ficava tenso, excitado, mas nunca deixava transparecer. Era minucioso no exame de toque mamário e genital e prolongava o máximo que podia esses minut

A matança está em todos os lugares. A diferença é que se o garoto de lá não tivesse metido uma bala na cabeça, com certeza pegava pena de morte. E aqui? Vão continuar fechando túneis e matando inocentes e logo logo os bandidos que forem presos vão ser soltos. Enquanto não exigirmos dessa gentalha que habita as Casas Públicas mudanças no sistema judiciário, vamos continuar patinando na insolvência dos problemas básicos que afligem hoje toda a população brasileira, especialmente no Rio de Janeiro.

O jornal O Globo abriu matéria dizendo que os cariocas estavam in love com o governador Sérgio Cabral. Fiquei cabreira com a notícia. Porque? Porque ele estava indo a todas as estréias teatrais, a todos os velórios, prometendo isso e aquilo? Espero que ele consiga fazer pelo menos o mínimo urgente que nosso Estado precisa. Bom ensino, saúde funcionando, violência diminuída, mas sabemos que para fazer tudo isso ele precisa de dinheiro. A Polícia, por exemplo. Se não houver bons salários, melhor seleção de pessoal, carros possantes ( não essas merrecas que eles usam) e munição à altura, o controle da segurança estará sempre ameaçado. Bom estudo com professores capacitados também exige DINHEIRO. Há que haver mudança nas regras. Mas o pior foi saber que o senhor Conde, secretário de cultura, levou 80 pessoas de sua entourage para uma secretaria onde 25 funcionários já são suficientes. Outra coisa- O GOVERNADOR SÉRGIO CABRAL DEU UM AUMENTO COLOSSAL AO SEU SECRETÁRIADO ENQUANTO EXIGIA

Como somos atrasados! Não consigo acreditar nessa resistência imbecil em relação ao aborto. Num país atrasado e pobre como o nosso, onde as camadas miseráveis se proliferam como formigas, há pessoas que ainda resistem ao aborto livre. Há de se pensar em políticas de planejamento familiar onde o aborto e a laqueadura devam ser incluídos. Há que se reduzir a natalidade pra ontem ou caminharemos para uma segunda Índia tropical.

Negro negrinho de olhos mansos e focinho tranqüilo chamei-o Rex na rua às tontas olhava para os lados foi salvo Amém! acuado sente medo rosna e arranha talvez por abandono saudade quem sabe? mas no aconchego da minha casa virou rei salve meu Rex! dono de porte soberano assunta tudo com fidalguia distância mas respeita a pequena Manon Lescot rainha primeira da casa mas já se entendem serão amigos o rei a rainha ela lá e ele cá

A peça é baseada numa série de cartas do genial pintor, mas a encenação é pífia, nada teatral e fico me perguntando se os atores não sacaram isso. Os dois atores em cena não são brilhantes, o carisma passar ao largo e o texto é chatérrimo. Pra ouvir aquilo acho melhor comprar o livro. E receberam patrocínio. Incrível. Rafael Grecco e Carolina Kasting - acho que é isso, mas se não for, peço desculpas.

Gostei do filme. Aliás sempre torço pela Sofia. Os críticos tentam desmoralizá-la e eu fico pensando que no fundo as pessoas têm muita dificuldade com pessoas ricas, famosas e inteligentes. O filme é bonito, adorei as interpretações, achei um achado a música, os figurinos são esmeradíssimos e Kirsten Dunst está um show. O inglês me incomodou, acho que queria ouvir o francês, mas se a direção é americana e idem para os atores, passei.

Já dizia Adriana Calcanhoto que carioca não gosta de sinal fechado. E é verdade. Todos sabemos a ojeriza que tem os habitantes dessa cidade em obedecer o que quer que seja. O que noto agora é que basta o sinal fechar pra que os pedestres comecem a atravessar. Avançam pra cima dos motorizados e é um salve-se quem puder. Na Avenida Presidente Vargas já estou craque. Eles desviam de mim e eu deles com grande competência. Onde estão as campanhas da prefeitura para educar essa gente?

Delícia de filme. Pura baianidade. Tem uma desordem legal, gostosa, com todos os atores dando show. Sexualidade a flor da pele, não há como não simpatizar com os personagens. Me deu uma vontade danada de comer acarajé e cocada. Acho que foi a desordem, a balbúrdia, o painel de personagens, me lembrou Pasolini e Fellini. A câmera correndo de um lado para o outro, os atores sem muita maquiagem, cabelos naturais, cara de gente e não de bonecos, sei lá, foi muito legal.

Para meu amigo Sérgio Branco que me deu o conto pronto. Todos naquela família já consideravam seu Inácio parte dos móveis e utensílios da casa. O velho aos 95 anos era agarrado à vida que dava até dó. Chato e teimoso que nem uma mula, ninguém dizia, mas concordavam silenciosamente que quando ele se fosse saudade não ia deixar. Sua hora chegou num dia de temporal. O velho começou a passar mal depois da sopa e com dificuldades para respirar, foi desfalecendo. Todos acorreram, mas com a cidade inundada, não conseguiram ambulância e nem táxi. Seu Inácio expirou enquanto a família tomava café e pensava em como resolver o problema do atestado de óbito e da funerária. Uma semana depois aparecia na porta do elevador onde morava o seguinte anúncio. “Missa em Ação de Graças pela alma de Inácio, morador do 302”. Foi Paulinho, o filho de dona Iracema que ao ler o anúncio fa