O Ninho de Manon

 Não se trata da política brasileira, torta, feia e corporativista, mas de uma minissérie com Kevin Hart, um comediante por excelência e Wesley Snipes encabeçando o elenco. Snipes ficou no meu imaginário quando ele e Denzel Washington  protagonizaram o primeiro filme de Spike Lee, Mais e melhores Blues, acho que é esse o título. Adorei, revi o filme inúmeras vezes, e fiquei mais fã de Denzel. Bem, essa minissérie é policial e de suspense, um drama, mas eu dou risadas, primeiro porque Kevin é ótimo e consegue nos fazer rir da maneira que leva a ação.  E Snipes também,  o que mostra o talento, porque se dedicou a filmes de aventura e ação,  e se mostra engraçado.  O que me chamou a atenção é que o ator carrega nas costas seus 59 anos, visível no rosto,  mas o corpo está saradissimo, enfim um contraponto que me chamou a atenção.  Já Denzel, também envelheceu,  como todos nós,  tá?, engordou mas continua lá.  E  a roda gira. Na grade da Netflix,  o filme.

 Bolsonaro,  Lula e tudo indica Sérgio Moro são os candidatos que mais se destacam para a guerra que será travada entre eles pra ver quem leva o cargo político mais alto do país.  Pessoalmente não quero nenhum deles. Bolsonaro por sem um homem de extrema esquerda que disse que ao assumir iria destruir tudo que está  aí,  e cumpre sua promessa a cada dia. Lula por suas últimas declarações inadmissíveis ao El País que misturou e comparou Merkel com Ortega,  enfim, o país precisa de sangue novo. Moro por esconder o jogo feio nos bastidores que demonstram claramente o seu caráter. Todos são brasileiros e é isso que a gente tem. Trump é o maior exemplo da derrocada da democracia americana. É Biden não está se saindo tão bem assim, tanto que Trump se açanha para sair candidato para as próximas eleições. Acho que aqui, neste país vamos de mal a pior, mas os candidatos são o reflexo deste povo.  Sem falar nas criaturas que presidem a Câmara, principalmente esse último Lira e aquele outro o Cun

 Lula não só perdeu a voz como o rumo. Comparar Daniel Ortega à Ângela Merkel é ofendê-la, e ainda, não enxergar Cuba é de uma cegueira ideológica sem tamanho. Num país como o nosso, que a cada ano bolsonarista diminui de tamanho, o que ouvi e li sobre a entrevista dele, Lula, ao El País,  ficou claro, pelo menos para mim, que não quero Lula nem Bolsonaro para uma nova gestão presidencial. Ah, sim, e nem Moro. Estamos mal.

 Sim, existe uma escultura de um boi em Wall Street, em frente à Bolsa de Valores em Nova York,  em que a primeira vez que a vi me assustei bastante.  E já tem tempo. Agora em São Paulo, um artista esculpiu um touro dourado já com pichações,  tais como: taxem os ricos. Vi a foto no jornal e achei ridículo,  cafona e coisa de país subdesenvolvido mesmo.  

 Todos conhecem a história do boneco criado por Gepeto,  portanto sabem que ao mentir, seu nariz crescia. O governo Bolsonaro incorpora a Síndrome de Pinóquio sem constrangimento algum. Pra quem essa turma quer enganar? Provavelmente a turma que o segue com antolhos.  Assistindo a tevê ontem, fiquei constrangida com tantas mentiras graves ditas pelo presidente e pelo seu posto de gasolina, outrora preferido,  e hoje relegado a um segundo,  terceiro ou quarto plano. É inacreditável o descalabro e a hemorragia suicida que saem de suas bocas. O país sangra a cada dia. As mentiras grassas sobre o meio ambiente foram insultuosas,  é só ler o jornal, ou assistir ao noticiário de empresas sérias. Eu assisti aos representates indígenas falarem em Glasgow, como li a declaração cretino e absurda de Bolsonaro ao se referir à representante brasileira. E ainda a mentira sobre o crescimento do país.  Enfim, a roda vai girar e essa turma vai volta pro lugar de onde vieram. Torcendo. 

 Tá bom ou quer mais? A educação indo pro esgoto, um ministério deplorável,  e agora essa, 37 funcionários do INEP que é o órgão responsável pelo ENEM pedem demissão.  Não vi reação contundente no jornal que assino, na GLOBONEWS em todos os seus jornais, enfim, ninguém gritou ou esperneou.  Porque é o caso.  Desmoronando o ensino público no país,  que já é uma nação com uma quantidade enorme de pessoas que não terminaram seus estudos fundamentais.  E constato isso todos os dias em diferentes situações.  Bem, a cultura também está no ralo, mas os artistas protestam e lutam.  Você acha que o povo vulnerável vai lutar por educação de qualidade pro seu filho? Não,  ele vai lutar por um prato de comida.  Essa situação é grave. Precisava vir à tona de maneira robusta. Mas, se fosse outro governo. Esse que aí está não está preocupado com nada, e educação,  saúde e cultura deve ser coisa de comunista, não é mesmo?

 Inacreditável o apoio do PT a Daniel Ortega, Maduro e ao finado Castro. O PT perdeu o rumo,  a arrogância ditada por quem o dirige é um fato, e cá pra nós,  essa última atitude de apoiar Daniel Ortega foi um presentaço q cai no colo de Bolsonaro, que vai usar o fato nas próximas eleições, caso saia candidato. Ele ou qualquer outro presidenciável.  Como um partido de esquerda pode apoiar ditadores? É de matar. 

 Excelente série turca. Não gosto muito das séries turcas, indianas ou coreanas, embora algumas sejam de fato muito boas. Gostei demais dessa, vi a primeira temporada de um fôlego só,  e me impressionei com o carisma da atriz principal que nem precisava falar. Carregou no rosto, toda a sofrência do seu personagem e mais, sem fazer caretas. E seu parceiro,  também excelente ator carregou,  sem nenhum exagero a canalhice de seu personagem.  Vale a pena assistir a The Club.

 Foi uma bofetada sofisticada e altamente importante, num momento tão feio do país.  E o mais revoltante é que o presidente se outorgou com a condecoração,  logo ele que nega a ciência,  diz que não se vacinou e ainda boicotou a compra de vacinas, e nem teve a decência de pedir desculpas ao povo,  e principalmente às famílias das vítimas.  Não sei se é possível se essa outorga possa ser revertida, num futuro bem próximo.  É um verdadeiro achincalhe que não devemos e nem podemos aceitar.

 Não resta a menor dúvida que ouvir vozes que enxerguem o estado esquizofrênico do momento em que vivemos e com a imensa carga artística que carrega, tem um peso fantástico.  A paixão de Moura sobre seu filme Mariguella,  e as críticas boas que o filme vem recebendo,  dá uma vontade de ver o filme, já,  no cinema ou no streaming. Wagner é daqueles brasileiros, bem sucedido na sua profissão,  e não precisa esconder o que pensa com medo de perder o emprego, ou de desagradar alguém que possa vir lhe prejudicar ou mesmo de patrões.  Ele pensa, expõe o pensamento e sustenta. Gosto demais desse ator baiano, que junto com Lázaro Ramos e Wladimir Brichta tanto enriquecem a classe artística. Vamos ver o filme.

Setentões, os dois primeiros morreram recentemente e eu estou viva. Os dois primeiros foram pessoas talentosas, o primeiro reconhecido internacionalmente pelo talento pianístico- genial-, e o segundo o nome mais importante da dramaturgia televisiva do país. Ambos honraram suas vidas e o país. E o que tenho em comum com eles? Conheci-os, nunca fui amiga, mas tive encontros interessantes com eles. Vou começar com Nelson Freire. Estudava piano desde os três anos de idade, tal e qual Nelson, embora sem a genialidade dele. Quando éramos crianças participamos de um concurso para jovens talentos e lá estavam Freire e Moreira Lima. Moreira Lima levou o prêmio. Depois assisti no Municipal, acho que Nelson tinha uns 12 anos, ele tocando com orquestra o Concerto número 2 de Mozart. Continuei meus estudos de piano, Nelson maravilhando o público todas as vezes em que se apresentava, até que aos 15 anos o conheci de fato. Estudava com a grande Nise Obino, assistente de Lúcia Branco (Jobim teve aulas