Conviver à distância com Chico Buarque nunca foi difícil. Ele chegou na minha vida, e na de tantos outros brasileiros, com a Banda. E com a banda de pano de fundo começamos a segui-lo. Ele era tão lindo com os dentes da frente separados, seus olhos da cor da ardósia, como disse Bethânia, divinos, cantando mal, -foi muito criticado por isso-, não deu bola aos comentários, continuou cantando suas composições e lá foi ele emplacando sucesso atrás de sucesso. Suas canções tinham qualidade, meu pai adorava cantar Carolina. Depois, veio o namoro com Marieta, ela atriz da peça Roda Viva, aquela que foi censurada, e cujos militantes da ditadura caíram de porrada em cima dos atores, lembram os da minha geração? Chico casou-se com Marieta, foi embora para a Itália, nasceu Sílvia em Roma e voltaram para o Brasil. Plena ditadura, outros filhos vieram, e Chico foi crescendo em importância e em qualidade. Orgulho nacional sim. Seu pai, Sérgio Buarque autor de Raízes, fundou com outros intelectuais